Restauração no Sudeste Asiático

Uma grande parte do projeto será dedicada ao aumento dos conhecimentos e das práticas de proteção e de restauração de ecossistemas marinhos e costeiros em locais selecionados de áreas marinhas protegidas no Sudeste Asiático. O objetivo é permitir a proteção da biodiversidade através da restauração de ecossistemas marinhos e/ou costeiros (degradados), envolvendo comunidades nacionais e locais.

Para o conseguir, o projeto irá:

  • reunir parceiros de diferentes países e regiões para promover o intercâmbio de experiências à volta do objetivo partilhado de restauração marinha e costeira;
  • testar as melhores práticas, que ainda não são aplicadas num país ou região específicos, e documentá-las cientificamente; e
  • envolver vários intervenientes e comunidades locais, com o objetivo de comunicar a importância de uma gestão eficaz dos ecossistemas marinhos e costeiros para as economias locais.

Os três locais para restauração irão ser no Triângulo dos Corais, uma área no Sudeste Asiático com a maior concentração de espécies marinhas do planeta. Mas especificamente, os locais situam-se na paisagem marítima de Sulu Sulawesi, um dos ecossistemas marinhos mais diversos e produtivos do mundo, partilhado pela Indonésia, pela Malásia e pelas Filipinas.

Imagem: Marine Conservation Institute (2014), MPAtlas [On-line]. Seattle, WA, EUA. Disponível em: http://www.mpatlas.org

Os locais e métodos de restauração seguirão padrões e conhecimentos internacionais atuais, com atividades baseadas nas lições aprendidas na região e em todo o mundo. As atividades podem incluir a criação de habitats artificiais (por exemplo, recifes artificiais); manutenção dos principais habitats de viveiros, tais como recifes de coral, mangais, pântanos salgados ou prados de ervas marinhas; plantação de árvores de mangal ou de ervas marinhas.

  1. Restauração de corais no parque de Tun Mustapha (Malásia)

Um local de restauração será no parque de Tun Mustapha (TMP) em Sabah, Malásia. O parque é uma área marinha protegida de 898 762 hectares e inclui mais de 50 ilhas e ilhotas ao longo dos distritos de Kudat, Pitas e Kota Marudu, na Área de Conservação Prioritária de Kudat-Banggi. O parque foi criado em 2016 com o objetivo de proteger recifes de coral, mangais, ervas marinhas e bancos de pesca produtiva. O TMP é uma área de alto valor de conservação da biodiversidade e fornece serviços económicos significativos às comunidades locais, bem como aos mercados regionais e globais.

  1. Restauração de corais na AMP de Derawan (Indonésia)

Outro local de restauração será na Área Marinha Protegida de Derawan (Kawasan Konservasi Derawan dan Pulau Sekitarnya), em Berau Regency, Indonésia. A AMP foi criada em 2016 por decreto do Ministro dos Assuntos Marinhos e das Pescas da República da Indonésia. Abrange 285 266 hectares e inclui 52 pequenas ilhas, das quais apenas quatro são habitadas: Pulau Derawan, Kakaban, Kaniungan Besar e Balikukup. As suas águas são constituídas por mangais, ervas marinhas e ecossistemas de recifes de coral. No seu plano de gestão, a AMP de Derawan estabeleceu o objetivo de aumentar a cobertura viva dos recifes de coral e reparar ecossistemas de coral dentro da zona de utilização limitada e da zona de pesca sustentável. A WWF monitorizou os ninhos de tartarugas marinhas na AMP com ONGs locais e realizou investigações com tubarões-baleia, produzindo um código de conduta para operadores turísticos que organizam excursões para avistamento de tubarões-baleia nas águas do distrito de Berau.

Imagens: (em cima) Pesca à linha da comunidade costeira no Parque Tun Mustapha. Créditos: WWF Malásia/Mazidi Abd Ghani. (à direita) Autóctones com um tubarão-baleia, Indonésia. Créditos: Yen YiLee.

Imagens: (em cima) Pesca à linha da comunidade costeira no Parque Tun Mustapha. Créditos: WWF Malásia/Mazidi Abd Ghani. (à direita) Autóctones com um tubarão-baleia, Indonésia. Créditos: Yen YiLee.