Acerca de
O objetivo da geminação de resiliência (“Geminação de Resiliência – Áreas Marinhas e Costeiras Protegidas a lidar com mudanças rápidas”) é reforçar as capacidades dos gestores de AMP para desenvolver e implementar a Gestão Baseada na Resiliência (GBR), o que tanto aumentará a resiliência das suas AMP como a contribuição das AMP para a resiliência costeira e dos territórios costeiros circundantes.
Em muitos países da Bacia Atlântica, as atividades económicas estão cada vez mais concentradas perto da costa, levando as populações a trocar o interior rural pelo litoral. Prevê-se que a zona costeira e, por extensão, a paisagem marinha sofram alterações significativas, que já se estão a desenvolver, devido à demografia, à migração e aos desenvolvimentos económicos. O crescimento da urbanização costeira, bem como das infraestruturas industriais, portuárias, energéticas e outras, contribuem para a conversão natural dos ecossistemas e para as perdas de serviços ecológicos. Nos países africanos, a tendência é particularmente significativa, com o crescimento populacional a ocorrer em zonas costeiras periurbanas de baixo valor, expostas a inundações marinhas. As mudanças nem sempre são acompanhadas de processos e políticas adequadas de ordenamento do território, e correm o risco de minar o papel e a resiliência das áreas marinhas protegidas, juntamente com os serviços que prestam para apoiar os ecossistemas e a biodiversidade. Para responder, as AMP devem estar preparadas para lidar com ambientes em rápida mudança, enquanto os seus gestores enfrentam uma mudança cultural para se tornarem agentes ativos no desenvolvimento costeiro sustentável, na adaptação e na redução de riscos.
Durante o anterior projeto de AMP transatlânticas, a geminação de resiliência desenvolveu um conjunto de diretrizes sobre resiliência destinado a servir de ferramenta prática para os gestores de AMP. As diretrizes fornecem instruções sobre a utilização de uma Ferramenta de Autoavaliação da Resiliência (R-SAT), tendo sido disponibilizada online e testada uma versão de demonstração em 14 AMP.
Os principais resultados esperados da atual geminação são os seguintes:
- A geminação irá alargar a sua cobertura de tópicos – em projetos anteriores focou-se em AMP a lidar com mudanças rápidas (p. ex., urbanização) e gestão da incerteza (p. ex., impactos das alterações climáticas) – para abordar novos tópicos sobre gestão baseada na resiliência (GBR), restauração de recifes de coral e de mangais, resposta a novas doenças que afetam os recifes de coral no Atlântico e no Sudeste Asiático, aglomerados de sargaço, melhoria da conservação das tartarugas e garantia da resiliência das infraestruturas de AMP.
- A geminação irá expandir-se para incluir novos parceiros representando um alargamento geográfico (em África e para as latitudes mais elevadas do Atlântico, tanto a norte como a sul), bem como para alcançar novos parceiros no Sudeste Asiático.
- As capacidades técnicas dos gestores de AMP serão reforçadas (através da melhoria e da atualização do conjunto de ferramentas e de diretrizes sobre resiliência, tornando-os disponíveis noutras línguas e fornecendo outros recursos sobre resiliência aos gestores de AMP).
- A coerência e o alcance da geminação em matéria de resiliência serão reforçados através da exploração de sinergias entre os três projetos de geminação.
- A geminação defenderá um apoio político para aumentar a eficácia da gestão das AMP em matéria de resiliência, por exemplo, promovendo a integração da resiliência nos planos de gestão das AMP e a necessidade de avaliar as capacidades de resiliência das AMP.
Parceiros
Cozumel (México), Puerto Morelos (México), JCNERR (EUA), Parque Natural do Litoral Norte (Portugal), Emerald Ark (Gabão), ICMBIO (Florianópolis) (Brasil)

Imagens: (topo) Anêmona do mar. Crédito: Eva Tillmann. (direita) Videochamada Resilience Twinning. Crédito: Projeto de Governança do Oceano.